DBS, Estimulação Cerebral Profunda ou marca-passo cerebral pode tratar distonia?

A distonia é uma contração muscular involuntária que pode causar muitos prejuízos ao paciente, como perda de função, dor, e embaraço social. Para saber mais sobre distonia, leia a matéria O que é distonia?

Apesar de haver muitos remédios que podem ser usados no tratamento da distonia (para mais informações, leia a matéria Como é feito o tratamento da distonia?, em muitos casos o tratamento medicamentoso não é o suficiente para que o paciente tenha uma boa qualidade de vida. Em alguns desses casos, está indicada a cirurgia de DBS (do inglês Deep Brain Stimulation), também chamada de Estimulação Cerebral Profunda, ou marca-passo cerebral.

A cirurgia de DBS deve ser indicada por Neurologista especialista em Distúrbio do Movimento, e feita por Neurocirurgião habilitado, que insere um eletrodo muito pequeno, ou chip, dentro do cérebro do paciente, em um local específico. Esse chip é muito pequeno, medindo de 7,5 – 10 milímetros! Ele é colocado dentro do cérebro do paciente por um pequeno orifício feito no crânio. Através desse orifício, o neurocirurgião coloca o eletrodo, que é conectado a um fio bem fino. Esse fio sai pelo orifício do crânio e é fixado por baixo da pele do paciente. Ele então desce pela cabeça do paciente, passa pelo pescoço, até chegar na região do tórax – tudo isso por debaixo da pele. Na região do tórax, ele é conectado a uma pequena bateria, que faz funcionar o eletrodo. Essa bateria também fica embaixo da pele. Em pacientes mais magros é possível sentir a bateria ao passar a mão por cima, mas ela não fica visível. É por causa dessa bateria que o DBS é às vezes chamado de marca-passo cerebral. (foto)

Durante a cirurgia, é importante que também o Neurologista do paciente esteja presente, pois ele auxilia o Neurocirurgião a melhor localizar o ponto exato para colocar o eletrodo. 

Cerca de três a quatro semanas depois da cirurgia, o paciente retorna ao seu neurologista para ligar o aparelho. É importante frisar que só colocar o eletrodo de DBS no cérebro não melhora a distonia. Esse eletrodo, que tem milhares de configurações possíveis, precisa ser programado por um Neurologista especialista em Distúrbios do Movimento e Neuromodulação. Essa programação é demorada, e deve ser feita com calma. Portanto, demora alguns meses após a cirurgia para notarmos benefícios. Se a programação for feita com pressa, ou por profissional que não seja especialista em neuromodulação, há risco de o paciente não ter os efeitos benéficos da cirurgia, e ter efeitos colaterais graves. 

Como essa é uma cirurgia de médio porte, é importantíssimo que ela seja indicada com cautela. Não são todas as causas de distonia que respondem bem ao DBS. Algumas distonias genéticas, principalmente a DYT1 (mutação no gene TOR1A), e a Distonia Tardia (causada por medicações) são exemplos de causas de distonia com ótima resposta ao DBS. Já a distonia genética DYT12 (mutação no gene ATP1A3) e a distonia na Paralisia Cerebral tem uma pior melhora esperada pós DBS. Por isso é extremamente importante que todo o paciente com distonia seja avaliado por Neurologista especialista em Distúrbios do Movimento antes da cirurgia, a fim de evitar expor o paciente ao risco de uma neurocirurgia sem que haja benefício após. 

Portanto, se você ou algum familiar seu tem distonia, procure sempre acompanhamento médico regular com Neurologista especialista em Distúrbios do Movimento.

Fonte: Medtronic.com