A doença de Parkinson é a segunda doença neurodegenerativa mais comum que existe, atrás apenas da doença de Alzheimer. Dessa forma, estima-se que a doença de Parkinson afete por volta de 1% da população com mais de 60 anos de idade. São cerca de 1 milhão de pessoas vivendo com a doença de Parkinson apenas nos Estados Unidos (Fonte: Parkinson’s Foundation). Portanto, encontrar a cura para a doença de Parkinson é um assunto de vital importância.
Apesar de já ter sido investido mais de 1 bilhão de dólares em pesquisas sobre a doença de Parkinson (Fonte: Michael J Fox Foundation), a cura para essa doença ainda não existe. Apesar disso, às vezes são anunciados na mídia tratamentos miraculosos que prometem a cura, mas que não tem nenhuma comprovação científica, e que muitas vezes pedem para que o paciente pague grandes quantias de dinheiro. Por isso, é preciso ficar vigilante e desconfiar caso um tratamento com proposta de cura seja oferecido.
Embora a doença de Parkinson não tenha cura, existe, sim, tratamento! O tratamento, que deve ser feito sempre por Neurologista especialista em doença de Parkinson, envolve medicações que aliviam os sintomas da doença e podem devolver qualidade de vida ao paciente. A escolha das medicações, assim como doses e horários, deve ser feita com base nos sintomas e necessidades de cada paciente. Não existe uma “receita de bolo”. Por isso, medicações e tratamentos que funcionam para uma pessoa com doença de Parkinson não devem ser “copiados” por outra sem avaliação médica.
Além do tratamento com medicações, acompanhamento com equipe multidisciplinar é fundamental para todas as pessoas com doença de Parkinson. Exercício físico regular, fisioterapia e fonoaudiologia são as únicas medidas que comprovadamente são capazes de diminuir a velocidade de progressão da doença de Parkinson.
Em casos selecionados, também é possível tratar a doença de Parkinson com a cirurgia de DBS, conhecida como Deep Brain Stimulation, Estimulação Cerebral Profunda, ou marca-passo cerebral. Nesses casos, é implantado um “chip” dentro do cérebro do paciente para modulação dos neurônios afetados pela doença. Essa cirurgia não está indicada para todos os pacientes com doença de Parkinson, mas, naqueles com indicação, pode melhorar muito a qualidade de vida. A cirurgia de DBS deve ser indicada apenas após avaliação com Neurologista especialista em doença de Parkinson, que avaliará o caso de cada paciente e observará se há critérios de indicação. Após, o paciente é encaminhado a um Neurocirurgião funcional, que implantará o chip. Finalmente, após a cirurgia, o paciente retorna ao Neurologista especialista, que fará ajustes regulares no chip. O simples implante do chip não traz nenhuma melhora – é o ajuste correto e frequente, nas consultas médicas, que será responsável por dar ao paciente toda a melhora esperada. Da mesma forma, fazer a cirurgia sem avaliação de Neurologista especialista é perigoso, pois pacientes sem indicação podem ser submetidos a um procedimento cirúrgico que, no caso deles, pode não trazer nenhum benefício, apenas riscos.
Entenda mais sobre a cirurgia de DBS para pessoas com doença de Parkinson
Portanto, caso você tenha doença de Parkinson, faça acompanhamento regular com Neurologista especialista, faça exercício físico regular, fisioterapia e fonoaudiologia e tome as medicações nos horários e doses prescritos por seu médico. Confie na ciência, e acredite que, um dia, seremos capazes de curar essa doença que afeta tantas pessoas ao redor do mundo.
Texto escrito em 06 de Janeiro de 2022 pela Dra Carina França