Doença de Parkinson

Você conhece quais são os sintomas da
doença de Parkinson?

Muitas pessoas acham que o único sintoma do Parkinson é o tremor, mas não é bem assim. Os três principais sintomas da doença são:

tremor

rigidez

bradicinesia

Vou explicar melhor cada um deles!

1. O tremor na doença de Parkinson aparece no repouso, ou seja, quando a pessoa não está usando aquele braço ou aquela perna para nada em particular. No início da doença, inclusive, pode aparecer só quando a pessoa está distraída com outras coisas, como conversando com alguém ou assistindo TV. Ao longo de todo o curso da doença, esse tremor pode piorar em situações de estresse, e até aparecer em outras situações, por exemplo, durante o movimento. É geralmente um tremor assimétrico, ou seja, acomete mais um lado do corpo que o outro. E o lado do corpo em que o tremor começa normalmente vai ser sempre o lado mais acometido, com tremor mais grave.

2. A rigidez acomete as articulações da pessoa, principalmente nos membros. Às vezes a pessoa se refere a ela como um travamento. Pode ser vista quando as articulações são movimentadas de forma passiva, ou seja, quando outra pessoa mexe as articulações do paciente por ele. Nesses casos, a rigidez dá uma sensação daquela roda denteada dos mecanismos de relógios.

3. Já bradicinesia é o nome que damos para lentidão de movimentos, principalmente de movimentos repetitivos, como abrir e fechar as mãos rapidamente. Ela pode também se manifestar de outras formas. Por exemplo, pessoas com Parkinson podem ter uma diminuição dos movimentos da face, ou seja, menos expressões faciais. A frequência com que essa pessoa pisca os olhos também pode diminuir. Ao caminhar, a pessoa pode movimentar menos os braços, movimento esse que é feito automaticamente em pessoas sem Parkinson. Outra manifestação da bradicinesia pode vir na escrita – muitas vezes as pessoas com Parkinson referem que sua letra vai ficando menor com o passar dos anos, ou até mesmo ao longo de uma frase.

Apesar de serem os três principais sintomas do Parkinson, eles não são os únicos! Com o passar do tempo, a pessoa com Parkinson pode começar outro sintoma, que é chamado de discinesia. A discinesia é um movimento involuntário, sem propósito algum, que às vezes parece uma dança. Pode acontecer só em uma parte pequena do corpo, ou no corpo inteiro, e pode ser leve ou mais grave. Quando ela é leve, às vezes o paciente nem nota, e os familiares que apontam o problema. Outro sintoma importante, e que geralmente aparece só após alguns anos de doença de Parkinson, é a dificuldade de caminhar, que pode acabar fazendo com que a pessoa caia e se machuque.

Esses são os que chamamos de “Sintomas Motores” da doença de Parkinson, porque afetam a motricidade, ou a movimentação. Mas existem também os “Sintomas Não-Motores”, que, em alguns pacientes, podem ser até mais graves do que os sintomas motores. Os 7 principais sintomas não motores são:

1) Alteração do olfato, ou Hiposmia: comum aparecer antes dos sintomas motores (“sintoma pré-motor”). Muitas vezes os pacientes não notam.

2) Distúrbio comportamental do sono REM: nome grande, mas que, na prática, quer dizer que a pessoa com Parkinson, durante o sono profundo (sono REM, ou sono dos sonhos) tem sonhos muito vivos e pode às vezes “atuar” os sonhos, com socos e chutes. Por exemplo, se sonha que está sendo assaltado, pode lutar com o ladrão no sonho, e essa luta é de fato feita na vida real. Geralmente quem reclama primeiro desse sintoma é, claro, quem dorme ao lado… Em casos mais graves, a pessoa pode até cair da cama e se machucar. Também é um sintoma que pode aparecer anos antes dos sintomas motores (“sintoma pré-motor”).

3) Depressão: a depressão na doença de Parkinson é relacionada ao próprio mecanismo da doença, e não deve ser tratada com vergonha. Pode também surgir antes dos sintomas motores (“sintoma pré-motor”) e não só pode, como deve ser tratada. Portanto, se a pessoa com doença de Parkinson está mais desanimada, sem prazer de fazer as coisas que antes gostava, mais irritável, com choro mais fácil, ou com perda ou ganho de peso, deve avisar a neurologista!

4) Constipação intestinal, ou intestino preso: o ressecamento das fezes é muito comum em pessoas com Parkinson e pode ser tratado com medicações apropriadas. Por isso, avise sua neurologista caso isso aconteça

5) Dor: sintoma muito comum em todas as pessoas, mas em pessoas com doença de Parkinson ela pode ser relacionada ao próprio mecanismo da doença, que é a falta de dopamina no cérebro. Quando ela é relacionada ao Parkinson, o tratamento da doença automaticamente melhora a dor. Os locais mais comuns de aparecimento da dor relacionada à doença de Parkinson são ombros, região lombar e pernas.

6) Alterações cognitivas, que podem ser de atenção (principalmente) ou até de memória. Geralmente acontecem só em fases avançadas da doença. A neurologista deve ser informada caso a pessoa comece a esquecer compromissos importantes, queimar panelas no forno, ou começar a ter dificuldade em manejar as próprias finanças.

7) Disautonomia: outro nome grande, que quer dizer uma desregulação do sistema nervoso autônomo, que é a parte do nosso corpo que controla nossa temperatura, pressão sanguínea e batimentos cardíacos. Na prática, a pessoa com doença de Parkinson que tem sintomas de disautonomia pode ter ou pressão baixa (às vezes fica tonto ao levantar-se depressa), ou dificuldade de segurar urina (quando tem vontade, precisa correr para o banheiro, senão a urina escapa), ou, no caso dos homens, disfunção sexual.

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Até a próxima!

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