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Doença de Parkinson e Melanoma: qual a relação entre eles?

Estudos comprovam a relação entre a doença de Parkinson e o Melanoma; entenda quais são os sinais e como se prevenir

Pacientes com doença de Parkinson precisam redobrar os cuidados para prevenir o melanoma. (Imagem: Freepik)

Diversos estudos científicos já comprovaram a relação entre doença de Parkinson e melanoma, um tipo raro, porém grave, de câncer de pele que se origina nas células responsáveis pela pigmentação da pele. Essa confirmação só reforça a necessidade de um cuidado especial em pacientes que apresentam a doença neurodegenerativa.

Neste texto, explico melhor essa relação, apresento dicas de como identificar os sinais de alerta e, principalmente, como se prevenir. Continue comigo até o final?

A relação entre a doença de Parkinson e o Melanoma é verdadeira?

Sim! A pessoa portadora da doença de Parkinson possui duas vezes mais chance de desenvolver melanoma quando comparada com pessoas que não têm a doença.

Para se ter uma ideia, um estudo publicado em 2010 pelo jornal científico JAMA Neurology analisou cerca de 2.000 pacientes com a doença de Parkinson. Desses, 24 estavam com melanoma ativo e 68 já haviam tido a doença anteriormente.

E o risco também é maior quando invertemos a situação. Ou seja, pessoas que já tiveram melanoma também apresentam maior risco de desenvolver a doença de Parkinson no futuro. 

Mas é importante que você entenda que isso não é uma regra, certo? Não quer dizer que todas as pessoas com a doença de Parkinson terão melanoma ou que todas as pessoas com melanoma terão a doença de Parkinson. Estamos falando, aqui, somente do risco que é estatisticamente maior.

Inclusive, os tratamentos realizados na doença de Parkinson não aumentam a possibilidade da pessoa desenvolver melanoma. Os tratamentos podem e devem ser seguidos normalmente mesmo se o paciente já tiver o câncer.

Além disso, vale ressaltar que a doença de Parkinson não tem relação com outros tipos de câncer. Isso significa que nenhuma outra neoplasia maligna apresentou vínculo com a doença até o momento.

Leia também: 5 sintomas da doença de Parkinson que são pouco conhecidos

Pessoas que já tiveram melanoma também apresentam maior risco de desenvolver a doença de Parkinson. (Imagem: Freepik)

Como identificar os sinais de melanoma?

Existem algumas características de lesões suspeitas na pele que podem ser observadas pelo próprio paciente. Vou comentar abaixo algumas dessas características:

Assimetria

Uma das características do melanoma é a assimetria. Para identificar, divida a mancha ao meio e, se ambos os lados forem diferentes, há chances de ser um melanoma. 

Bordas irregulares

Outra característica é em relação à borda. Em uma lesão normal, a borda é homogênea. No caso de uma borda suspeita, ela apresentará contornos irregulares, ou seja, mal definidos.

Coloração

Assim como nas bordas, as lesões de pele normais apresentam uma cor homogênea. Enquanto isso, as lesões suspeitas podem apresentar duas ou mais cores dentro da mesma lesão.

Diâmetro (Tamanho da lesão)

Mais um sinal que precisa de atenção é em relação ao tamanho. As manchas de pele que apresentarem mais de 0,5 centímetros precisam ser avaliadas. 

Evolução

Por fim, é preciso se atentar à evolução das lesões. As pintas normais aparecem na pele e ficam com o mesmo tamanho por muito tempo. Já as pintas suspeitas tendem a crescer rapidamente ao longo do tempo.

Essas são algumas características de lesões na pele que podem indicar melanoma. (Imagem: Carina França)

Como pacientes com doença de Parkinson podem prevenir o melanoma?

As duas principais formas de prevenção são: acompanhamento médico regular e proteção contra a radiação solar. 

Em relação ao acompanhamento médico, é fundamental que os pacientes:

  • façam consulta com o médico dermatologista pelo menos uma vez ao ano;
  • sempre observem possíveis irregularidades na pele — solicitando também a ajuda de familiares ou cuidadores;
  • mantenham o médico neurologista responsável pelo tratamento sempre informado.

Sobre a exposição solar, os cuidados já são bastante recomendados, mas é sempre importante reforçar, principalmente para os pacientes com doença de Parkinson:

  • o uso de protetor solar todos os dias é indispensável, mesmo em dias nublados;
  • as roupas com proteção UV são uma boa alternativa para manter os braços e as pernas protegidos;
  • a proteção também vale para o couro cabeludo e a nuca, por isso, o ideal é usar bonés e chapéus quando houver exposição;
  • por falar em exposição, ela deve ser evitada entre as 10h e 15h, período em que os raios solares são mais intensos e podem ser mais prejudiciais;
  • não é somente o sol que pode ser prejudicial, o uso de bronzeadores artificiais também pode aumentar o risco de melanoma, então é importante evitá-los.

Com todas essas informações, fica evidente que a relação entre a doença de Parkinson e o melanoma exige de pacientes, cuidadores e profissionais de saúde, uma atenção e um cuidado maior em relação à prevenção e ao diagnóstico precoce. 

Não se esqueça de que, com atitudes simples, como o acompanhamento médico e a precaução com a exposição solar, é possível reduzir os riscos de melanoma e garantir mais segurança e qualidade de vida.

Em vídeo: A doença de Parkinson aumenta o risco de ter melanoma?

Ainda ficou com alguma dúvida sobre esse assunto? Mande aqui nos comentários!

Leia também: Como tomar a Levodopa na doença de Parkinson?

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